Campinas, 03 de Maio de 2024
EX-DIRETOR DO DPJ É EXONERADO PELO ROUBO DE MADEIRAS
25/06/2016
Notícia publicada na edição n.98 do Jornal Alto Taquaral
Aumentar fonte Diminuir fonte
 EXCLUSIVO: CADÊ A MADEIRA DAQUI!? SUMIU!

Ação propõe ressarcir só R$ 50 mil

Depois de muito insistir os editores do Jornal tiveram acesso aos documento públicos da Sindicância e Ação Judicial que permitiu divulgar o nome do responsável (ou assim definido pela Prefeitura) sobre o desvio de, no mínimo 144 pranchas de cedro rosa que custaram, em 2010, R$ 44.640,00 aos cofres públicos.

Além disso restou dúvida também sobre o destino de outras 290 pranchas de madeira cumarú e garapeira, no custo total de R$ 283.413,32 e também pagos com dinheiro público, tudo lá no distante ano de 2010.

Seis anos depois, o então diretor do Departamento de Parques e Jardins, Ronaldo de Souza, RG 12944727 e matriculado no serviço público municipal sob o número 1.181.580 e também ex vereador de Campinas, acabou apontado por uma Comissão de Sindicãncia como responsável.

Ele foi punido com demissão do serviço público municipal e acionado judicialmente para devolver ao município, apenas R$ 50 mil, “valor dado à causa para efeitos meramente fiscais” conforme documento de 19 de maio de 2016, assinado por Edson Vilas Boas Orrú - OAB/SP 136.208, Procurador do Município, encaminhado à Vara da Fazenda Pública da Comarca de Campinas.


Ronaldo de Souza  foi suplente de vereador pelo PCdoB depois de assumir a diretoria do DPJ no complicadpo governo do prefeito Hélio de Oliveira Santos.
Foto: Perfil do Facebbok onde se apresenta como vereador

1.174 PÁGINAS DE HISTÓRIA

 As cópias do processo somam 1.174 páginas do relatório final da sindicância e mais 13 do documento enviado à justiça. A leitura das  peças cansa (pela quantidade de documentos anexados) desilude (por saber que o dinheiro público é gasto  por gente sem a menor noção do que faz, por que faz e para quem faz) e diverte (há depoimentos dignos de uma sessão de circo) tudo ao mesmo tempo.

Tudo começou com a abertura do processo de comrpa de madeira para a reforma da caravela e abertura de um pregão eletrônico aberto em março de 2010 que permitiu, inclusive, uma papelaria, a Four Informática e Papelaria Ltda-ME, vender pranchas de madeira à Prefeitura, no valor de R$ 106.699,32 conforme NF 00127.

Depois houve as divergências entre madeira encomendada e a entregue ou não entregue e a seguir, as retiradas da madeira do almoxarifado para o que, conforme comprovantes de movimentação de material, foram usados veículos como Kombi e Fiat Uno.

E, por fim, os depoimentos dos responsáveis pela reforma da caravela na Lagoa do Taquaral dando conta de que a madeira nunca chegou naquele local.

Como a documentação apresentada mostrava a que o diretor do DPJ Ronaldo de Souza atestou o recebimento dos materiais das notas fiscais e também assinou comprovantes de movimentação (saída) do material do almoxarifado só restou à Comissão de Sindicância condená-lo.

A defesa feita pelo Advogado Dr. Gustavo de Oliveira Alves Boccaletti, OAB/SP 158.651, não conseguiu evitar a demissão do funcionário. Procurado pela reportagem não retornou às solicitações.

      CEDRO ROSA: QUANTIDADE E DESTINO

As 144 pranchas de cedro rosa mediam, cada uma, 30cm X 4cm X 4,5m. Assim, se fossem empilhadas uma a uma formariam uma parede de quase 6 metros de altura. Se fossem juntadas na sua extensão formariam um trilho de 648m, ou mais da metade do percurso da pista interna da Lagoa e por fim na sua totalidade cobriria uma área de 194,40 m2. E, ao preço de hoje, custariam R$ 75.500,00

Quanto ao destino dados às pranchas, nem a sindicância apurou, ficando tudo no ‘ninguém sabe, ninguém viu’. Na Lagoa porém, tem gente que jura de pé junto, mas que também nega até  morrer que disse, que a madeira está no Disrito de Souzas.

  Última edição  
  Edição 188 - 18/03/2024 - Clique para ler  
© 2024 - Jornal Alto Taquaral - CG Propaganda