Como formar pessoas capazes de realizar a transformação que o mundo precisa
*Carlos Dorlass
Educação é muito mais do que decorar a matéria para a prova ou para o vestibular, e não compreender a razão do que foi estudado.
Mais do que transmitir conteúdos padronizados por meio de uma grade curricular preestabelecida, a aprendizagem, em sua totalidade, necessita de bases que consideram a subjetividade de cada estudante. Para isso, o ensino humanizado é a solução.
Um dos principais diferenciais trabalhados por instituições de vanguarda é a preocupação com uma educação mais humana como meio de formar cidadãos, e não apenas emitir diplomas.
Para isso, é necessário começarmos a desenvolver a empatia nos estudantes. A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, ou seja, de fazer o máximo para entender e sentir o que o outro sente caso estivesse em uma situação semelhante.
Quando uma instituição pratica o ensino humanizado, esse é o primeiro ponto a ser considerado nas aulas. Independente das diferenças de opinião, os alunos aprendem a respeitá-las. Assim, eles são capazes de socializar e conviver com as pessoas, transformando-se em bons cidadãos capazes de tornar a sociedade mais inclusiva.
Ensino humanizado garante o desempenho acadêmico?
O ensino humanizado não tem somente as notas como critério de avaliação. Assim, ao valorizar as aptidões de cada aluno, há uma melhora significativa no desempenho acadêmico.
A diferença dessa metodologia para a tradicional está no modo dos professores e alunos entenderem os resultados alcançados: não mais vistos como desinteresse por parte dos alunos, mas como uma oportunidade de aprofundar conteúdos e os que precisam ser revistos e demonstrar que o erro também é importante para o aprendizado.
Mas é necessário persistir, mesmo com as dificuldades, contribuindo para que o estudante se sinta seguro e confortável durante as avaliações.
Quando as ideias dos estudantes são ouvidas e levadas em consideração, o aluno é motivado a continuar aprendendo e ir além, pois a curiosidade é uma característica natural do ser humano.
Contudo, para desenvolvê-la, é necessário encorajamento e apoio constante. No caso das crianças, por exemplo, esse apoio é mais evidente nas tarefas escolares. Ao não receberem a atenção e ajuda devida dos pais e/ou responsáveis ou, ao terem dúvidas que são ignoradas pelo professor, gera-se um afastamento que prejudica o processo natural de descoberta.
O trabalho conjunto de todos os membros da instituição, principalmente do corpo docente, permite a implantação eficiente do ensino humanizado nas instituições de ensino. Por esse motivo, eles devem estar em contínuo desenvolvimento profissional, tendo práticas mais inovadoras de aprendizagem aliadas com a responsabilidade social na educação.
Para que os alunos tornem-se profissionais preparados para o mercado de trabalho, além do conhecimento acerca de sua função em determinada área, trabalhado por conteúdos científicos específicos, é crucial também que saibam trabalhar em equipe e lidar bem com possíveis adversidades.
O propósito é que a instituição dê bases sólidas para que o aluno desenvolva os valores, passando a entender seus sentimentos e valorizar a afetividade. Em contrapartida, os responsáveis possibilitem que ele demonstre e expresse tais sentimentos.
* Carlos Dorlass é diretor geral do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em São Paulo (SP).