Campinas, 24 de Abril de 2024
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22/06/2021
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Internet ajuda a capacitar adolescentes para a vida e para o trabalho durante a pandemia
 
Programa em Campinas (SP) foi adaptado para o ensino a distância e Educação 4.0; são 520 horas de capacitação gratuita a adolescentes em situação de vulnerabilidade
 
O sonho da estudante Rayssa Oliveira da Silva, 15 anos, moradora de um bairro carente em Campinas (SP), é fazer intercâmbio. Com a pandemia de Covid-19, a estudante viu seu projeto ameaçado, uma vez que precisava não só continuar a estudar, como manter atividades extracurriculares de capacitação.
 
Um programa modelo, adaptado totalmente para o ensino a distância, tem ajudado Rayssa e outros 28 adolescentes entre 15 e 17 anos a lutar pelos seus objetivos. É o "Programa Ser e Conviver", parceria da Prefeitura de Campinas com o Espro (Ensino Social Profissionalizante), instituição sem fins lucrativos que capacita e insere adolescentes e jovens no mundo do trabalho.
 
"Estou muito empolgada com o programa porque eu quero fazer intercâmbio no Canadá para estudar e até trabalhar. As aulas pela internet têm me ajudado muito a entender sobre vários assuntos que eu vou usar no futuro", afirma Rayssa.
 
O Ser e Conviver é voltado a adolescentes e jovens em situação de alta vulnerabilidade, encaminhados por programas sociais da prefeitura. A grade é de 520 horas de atividades: os adolescentes participam de três aulas de quatro horas cada por semana.
 
São 320 horas de oficinas com temáticas voltadas a pilares da família, inclusão digital, sexualidade e drogas, cidadania, arte e cultura, entre outros. Outras 200 horas envolvem capacitação para o mundo do trabalho, com aulas sobre empreendedorismo, matemática, planejamento, gestão de tempo e até entrevistas simuladas.
 
Do presencial para a internet
 
"Nosso objetivo principal é despertar aptidões e competências para que adolescentes e jovens sejam cidadãos críticos e protagonistas de sua própria história", afirma Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro.
 
Saade conta que a adaptação da metodologia para o ensino a distância começou em março de 2020, com as turmas do Programa de Aprendizagem do Espro. Segundo ele, o novo formato proporciona, ainda, o desenvolvimento da Educação 4.0, com a inclusão de novas competências em tecnologias.
 
"Criamos um ambiente virtual de aprendizagem que ressalta nossa metodologia ativa, que é a de um ensino construtivo. Por isso, temos professores-mediadores, para que o adolescente e o jovem sejam protagonistas na educação", diz Saade.
 
Instrutor do programa, o pedagogo e psicopedagogo Thiago Ferreira Quintanilha, 40 anos, passou por essa transformação presencial-virtual. Ele afirma que as oficinas pela internet têm proporcionado aos estudantes uma nova visão e uma melhor capacitação sobre as ferramentas digitais.
 
"É claro que o contato presencial é positivo sob o ponto de vista de sentirmos melhor as emoções dos participantes. Com a nova plataforma, porém, não perdemos nada em participação, atenção e desempenho, com a segurança do distanciamento e a vantagem de inserir novas tecnologias no aprendizado", diz Quintanilha.
 
"Durante as aulas, a gente nem vê a hora passar", resume Caio Eduardo Pimentel de Oliveira, 16 anos, que participa do programa. "Achei que o curso seria diferente, cada um no seu canto fazendo sua lição, mas mesmo pela internet tem muita conversa, muita participação de todos", diz o estudante, cujo sonho é ser técnico em informática.
 
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