Campinas, 19 de Abril de 2024
COVID19 E AS GESTANTES
06/04/2020
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OPROJETO

Esperar um bebê já é, por si só, um motivo importante para que se tome mais cuidado com a saúde feminina. Agora com a pandemia do coronavírus, muitas gestantes e mulheres que deram à luz recentemente preocupam-se com os riscos que a nova doença pode trazer aos bebês e a elas mesmas. Diferente de outras doenças, até o momento as gestantes não foram incluídas nos grupos de risco da Covid-19. Porém, como este tipo de coronavírus que está em circulação ainda é uma novidade para a medicina, é necessária a atenção aos efeitos imediatos e de longo prazo que ele pode causar em diversos grupos populacionais.

O projeto está sendo finalizado para ser posto em prática e é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa em Morbidade Materna Grave da Unicamp do qual fazem parte os professores Rodolfo de Carvalho Pacagnella, Maria Laura Costa do Nascimento, José Guilherme Cecatti, Giuliane Jesus Lajos, além do aluno de pós-doutorado Renato Teixeira Souza e de alunos de doutorado, mestrado e graduação.

Os dados serão obtidos em algumas instituições de uma rede integrada de cerca de 30 hospitais e centros de pesquisa do país que fazem parte da Rede Brasileira de Estudos em Saúde Materna e Perinatal, da qual o Caism é coordenador. Com o trabalho executado em rede, será possível oferecer às autoridades de saúde, órgãos que trabalham com a elaboração de políticas públicas e também a pesquisadores um retrato de como as gestantes do país vivenciaram a pandemia do coronavírus. Segundo Rodolfo Pacagnella, existe ainda a possibilidade de a pesquisa ser estendida a outros países da América Latina por meio do Centro Latino Americano de Perinatologia, Saúde da Mulher e Reprodutiva, órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estudo realizado em três frentes

Rodolfo explica que a iniciativa de dar início ao estudo surgiu a partir do receio de que, por não estarem incluídas nos grupos de risco da Covid-19, as gestantes pudessem sofrer efeitos ligados a doença que passassem despercebidos. "Ao que parece, diferente do que aconteceu com o H1N1, as gestantes não são grupo de risco de maior mortalidade pelo coronavírus. Mas pode ser que aquelas que apresentam algum tipo de complicação na gravidez, como síndromes hipertensivas e diabetes, tenham um risco maior de complicação por causa da infecção pelo vírus", analisa o professor. 

Na busca por uma abordagem integrada, a pesquisa deverá se concentrar em três aspectos principais. Nos primeiros três meses, período em que as autoridades de saúde preveem o pico da pandemia no país, o estudo vai mapear a prevalência do coronavírus na população gestante, verificando quantas mulheres apresentam a doença, se elas integram algum grupo de risco devido a outros fatores, entre outros aspectos. Outra frente de análise será dedicada às pacientes que forem diagnosticadas com a Covid-19. Com elas, será feito um acompanhamento de toda a gravidez até o parto, para identificar possíveis complicações que a doença possa trazer à gestação e à saúde feminina. 

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