Campinas, 28 de Março de 2024
MAIO AMARELO PODIA SER VERMELHO
29/05/2017
Notícia publicada na edição n.109 do Jornal Alto Taquaral
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Onibus da  linha 171 chegando ao ponto na Av. Heitor Penteado onde morreu a idosa ano passado


        Capas da edições mostrando os atropelamentos na região de cobertura do jornal


Tá lá um corpo estendido no chão... 
EM 2016 MORRERAM 74 PESSOAS  NO TRÂNSITO DE CAMPINAS. 19 POR ÔNIBUS!

Como não se assustar com estes números? Os ônibus em  Campinas estão matando muito mais gente em comparação ao total da frota que circula na cidade. Os dados estão no Caderno de Acidentalidade no Trânsito em Campinas - 2016 disponível no site da Emdec: http://www.emdec.com.br/eficiente/sites/portalemdec/pt-br/site.php?secao=Acidentalidade 

Os ônibus integram  a frota campineira com apenas 0,6% do total de 902.306 veículos (conforme dados da Emdec), ou seja, cerca de 5.500 ônibus que se envolveram em 19 acidentes fatais, sendo 14 atropelamentos e, neste caso, contra 4 veículos não informados; 1 caminhão; 4 motos e 11 automóveis. Assim  os ônibus, que não chegam a 1% da frota, são reponsáveis por 1/4 dos atropelamentos fatais.

No caderno da Emdec não há números identificando a frota de motos, mas o IBGE aponta um total de 108.206 motos circulando na cidade no ano de 2015, considerando que a Emdec aponta um crescimento de 0,9% no total da frota da cidade hoje teríamos cerca de 120.000 motos em circulação, ou seja, 10% aproximadamente em relação à frota total.

Este contingente foi responsável por quase 50% do total de mortes no trânsito de Campinas em 2016, com 36 do total de 74 o que  faz com que o relatório da Emdec focalize a questão das motos no trânsito.

Mas cálculos matemáticos apontam uma discrepância muito grande dos ônibus envolvidos em  relação às motos que mais preocupam os técnicos da Emdec e da frota total. Assim temos que os 5.500 ôninus que mataram 19 pessoas tem índice percentual de 0,345%; as motos, 120.000 mesmo com os 36 mortos tem índice percentual de 0,03% e a frota total de 902.306 veículos, com o s 74 mortos tem índice de 0,008%. Isto mostra que a preocupação dos técnicos da Emdec deveria voltar o foco do problema para os ônibus.

O relatório da Emdec não levou em consideração a questão dos motorista  sob efeito de álcool ou drogas nestes acidentes levando a considerar que ou os motorista não foram submetidos ao bafometro  ou exame ou estes daso não são importnte para a Emdec na elaboração do relatório.

DUPLA FUNÇÃO

De acordo com MPT, cobrança de passagem sem cobrador é perigosa e prejudicial à saúde. Empresas dizem que tomam providências e estranham forma da ação.

O MPT – O Ministério Público do Trabalho de Campinas, no interior de São Paulo informou nesta quinta-feira, 18 de maio de 2017, que ingressou com uma ação civil pública contra as empresas de ônibus VB Transportes e Turismo Ltda., Onicamp Transporte Coletivo Ltda., Expresso Campibus Ltda., Itajaí Transportes Coletivos Ltda., Coletivos Pádova Ltda., Consórcio Cidade Campinas Ltda. (composto pelas empresas Expresso Campibus Ltda. e Itajaí Transportes Coletivos Ltda.) e Consórcio Urbcamp (composto pelas empresas VB Transportes e Turismo Ltda – antiga Viação Bonativa – e Coletivos Pádova Ltda), pedindo ao judiciário trabalhista que as condene a não permitir que motoristas de ônibus acumulem a função de “desempenhar atividades de comercialização de passagens, cobrança de tarifas ou similar”, independente do veículo estar parado ou em movimento, ou da cobrança ser feita dentro ou fora dos veículos. O MPT também pede para que cada uma das cinco empresas pague o valor mínimo de R$ 1 milhão, como indenização pela lesão aos direitos difusos dos trabalhadores. A ação será apreciada pelo juízo da 9ª Vara do Trabalho de Campinas.

Em nota, o procurador Silvio Beltramelli Neto, diz que a dupla função na qual o motorista dirige cobra passagem ao mesmo tempo é perigosa

“O Ministério Público do Trabalho não reivindica a eliminação da cobrança de taxas de embarque com pagamento em moeda, mas da ilegal e perigosa acumulação de função” – disse.

O Ministério Público do Trabalho informou que desde em outubro de 2015, fez diligências nas empresas e constatou a realização de pagamento em dinheiro dentro dos veículos.

Em fevereiro de 2016, as empresas propuseram medidas para reduzir a circulação da moeda nos ônibus, no entanto, a prática continuou. Ainda de acordo com o MPT, em dezembro de 2016, as empresas admitiram que não tinham condições de implantar naquele momento soluções tecnológicas para a eliminação do pagamento em dinheiro.

As negociações perduraram até abril de 2017, mas as contrapropostas das empresas, com alterações substanciais no propósito do acordo, não foram consideradas razoáveis e pertinentes pelos procuradores, culminando na judicialização do caso.

“A prática dos réus de se utilizarem de empregados motoristas de ônibus para exercerem também a função de cobradores viola uma série de dispositivos do ordenamento jurídico. Ao mesmo tempo que não atende à necessidade de saúde e segurança dos motoristas e usuários de ônibus, desrespeita o Código Brasileiro de Trânsito e o Código de Defesa do Consumidor, assim como prejudica a prestação do serviço de transporte coletivo urbano”, diz Beltramelli, na nota.

Ainda na nota, o MPT informa que na ação sustenta que a dupla função prejudica a saúde do trabalhador.

O procurador se apoia em artigos da Constituição Federal que tratam do direito do cidadão à saúde e à valorização do trabalho humano, em convenções internacionais (como as de nº 155 e 161, da OIT) e em artigos da Consolidação das Leis do Trabalho que garantem a higidez no ambiente de trabalho, além da legislação que impede que haja riscos à segurança e à saúde do usuário de transporte público (Código de Defesa do Consumidor), e que garante a segurança dos cidadãos no trânsito (Código Brasileiro de Trânsito).

O MPT apresentou na ação estudos científicos que reconhecem a relação entre a existência de doenças psicossomáticas e a precarização do meio ambiente de trabalho de motoristas, sobretudo pela pressão sofrida pelo trabalhador, realizado por instituições de renome, como a UFRJ.

MAIO AMARELO

Emdec lançou campanha ‘Tá lá o corpo estendido no chão’, com Silhuetas de corpos pintadas em 38 locais onde houve acidentes de trânsito fatais. Ação integra o Maio Amarelo.

A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) realizou uma série de ações de educação para a mobilidade neste mês, quando ocorre o Maio Amarelo – “Atenção pela Vida” (www.maioamarelo.com).

O órgão participa novamente do movimento, criado em 2014 pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (www.onsv.org.br), em apoio à Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020 da Organização das Nações Unidas (ONU), lançada em maio de 2011. Os dados da ONU apontam que os acidentes de trânsito são a nona causa de mortes no mundo, além dos aproximadamente 20 a 50 milhões de feridos anuais.

Na segunda-feira, dia 15 de maio, foi concluída a campanha “Tá lá o corpo estendido no chão”, que pintou silhuetas de corpos em 38 locais onde houve acidentes de trânsito fatais, especialmente atropelamentos, para alertar os usuários das vias, exceto na Avenida Heitor Penteado. onde um ônibus d alinan 171 atropelou uma idosa.

Esses pontos foram escolhidos com base nas estatísticas de ocorrências de trânsito no município em 2016, quando Campinas registrou 74 vítimas fatais, sendo 36 (48,6%) ocupantes de motocicletas, 24 (32,4%) pedestres e 14 (18,9%) ocupantes dos demais veículos. A Emdec divulgou o Caderno de Acidentalidade 2016 na sexta-feira, dia 5. O balanço está disponível em pdf no endereço eletrônico www.emdec.com.br na página inicial, em “Cadernos de Acidentalidade”.

Além da silhueta pintada no solo, os 38 locais receberam um banner impresso que contextualiza a campanha, com o tema deste ano do Maio Amarelo – “Minha escolha faz a diferença” – e textos como “O corpo estendido no chão sinaliza uma vítima fatal no trânsito em 2016. Repense suas atitudes. Seja responsável, não se arrisque!”.

Até o final da campanha, as seguintes vias tivedram silhuetas pintadas: Avenida Anchieta, Avenida Comendador Aladino Selmi, Avenidas das Amoreiras, Avenida Dr. Antônio Carlos Couto de Barros, Avenida Dr. Heitor Penteado, Avenida John Boyd Dunlop, Avenida José Pacheco, Avenida Monsenhor João Batista Martins Ladeira, Avenida Papa João Paulo II, Avenida Prestes Maia, Avenida Princesa D’Oeste, Avenida Ruy Rodriguez, Estrada Mão Branca, Rua Dr. Antônio Duarte da Conceição, Rua Antônio Exel, Rua Benjamin Moloise, Rua Carolina Florence, Rua General Osório, Rua Hélio Pinto Ferreira, Rua Heloísa Prato Galbiatti, Rua José Pugliesi Filho, Rua Juvenal de Oliveira, Rua Láercio de Oliveira, Rua Magido Antônio Furtado, Rua Olintho Lunardi, Rua René Descartes, Rua Sylvia da Silva Braga e Rodovia Dr. Heitor Penteado (SP-81).

No período de 14 a 20 a Emdec realizou diversas atividades relacionada ao trânsito em Campinas. Nosábabdo dia 20 foi montado no varejão da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) um minicircuito de trânsito (simulação de ruas, ciclovias e calçadas com sinalização), para orientar pais / responsáveis e crianças sobre segurança viária.

CAMPANHA DO DETRAN

#FocaNoTrânsito: O Detran.SP promove ações educativas em Campinas e a iniciativa faz parte do Maio Amarelo e contou com parceria da prefeitura.

A Campanha #FocaNoTrânsito diz que como o trânsito exige 100% de atenção, não por acaso o mascote da campanha do Detran.SP em parceria com o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito é uma foca, porque quem #FocaNoTrânsito vai em segurança. A ação, desenvolvida em diversas cidades do Estado, conta com imagens do animal em várias situações no tráfego. Além disso, ”homens-foca” circulam por vários espaços públicos e privados.

“O objetivo da campanha é, de forma bem-humorada, convidar os cidadãos a adotar uma postura mais segura para reduzirmos o número de acidentes e mortes. O trânsito não é feito de veículos, e sim de vidas, que viram estatísticas na maioria das vezes por causa de falhas humanas”, alerta Maxwell.

“O ser humano não deve ser o problema, mas a solução. Juntos, podemos tornar nossas ruas e estradas mais humanas e seguras”, diz Silvia Lisboa, coordenadora do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito.

Na maior parte das vezes, essas falhas podem ser corrigidas com atitudes muito simples: usar sempre o cinto de segurança, inclusive no banco de trás; nunca dirigir depois de beber; respeitar os limites de velocidade e não usar o celular enquanto você estiver ao volante ou atravessando a rua. Por semana, cada um desses temas será trabalhado — na primeira semana foi a vez do cinto. As ações estarão reunidas no site www.focanotransito.com.br.

LEVANTAMENTO DA OMS

De acordo com levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no último ano, o Brasil foi o quarto país com maior taxa de mortes no trânsito no continente americano, com 23,4 mortes para cada 100 mil habitantes, ficando atrás apenas de Belize, República Dominicana e Venezuela.

Muitas podem ser as causas do alto índice de acidentes de automóveis nas ruas e nas estradas, porém, segundo dados apresentados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), negligência, imprudência e imperícia representavam, juntas, 90% das ocorrências de acidentes nas estradas.

Nos últimos anos, o Brasil vem apresentando dados inquietantes em relação ao número de motoristas sem a devida qualificação para dirigir.

No estado de Alagoas, por exemplo, só no primeiro semestre de 2016, mais de 5.300 pessoas foram flagradas dirigindo veículo sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Em Belo Horizonte, foram quase 12 mil motoristas sem habilitação pelas ruas em 2014. 

Já em Brasília, um levantamento realizado pelo Detran-DF identificou que flagrantes de motoristas dirigindo sem CNH pelas ruas aumentaram 94% em 2015. No estado do Rio Grande do Sul, só no ano passado, foram identificados pelo Detran-RS, pelo menos 40 mil motoristas dirigindo de maneira ilegal. 

Esses dados refletem a importância do investimento em educação para capacitação do condutor. Em 2016, o BPTran (Batalhão de Trânsito da Polícia Militar) identificou que pelo menos 15% dos imprevistos de trânsito em Campo Grande-MS envolveram motoristas sem habilitação, por exemplo. Por isso, é essencial que todas as etapas do processo de aprendizado sejam respeitadas, desde a orientação teórica até as aulas práticas.

 

 

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