Campinas, 23 de Abril de 2024
DER PRETENDE TIRAR SEMÁFOROS DA ROD. MIGUEL BURNIER
16/12/2016
Notícia publicada na edição n.104 do Jornal Alto Taquaral
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 Quando os semáforos mais atrapalham do que ajudam: Rod. Miguel Noel N. Burnier

São mais de dez anos de reclamações, muitos protocolos, uma recomendação do Ministério Público e cinco mortes por atropelamento registradas nos últimos anos. O triste inventário é feito pela Associação de Moradores Vizinhos Solidários do Parque Taquaral. Seus integrantes se reunem periodicamente com técnicos da Empresa Municipal de Desenvolvimento (Emdec) e da diretoria regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para pedir melhorias viárias no trecho. Apesar das muitas promessas e projetos apresentados, nenhuma solução efetiva foi viabilizada.

A notícia mais recente, transmitida aos moradores no dia 30/11 pelos engenheiros do DER João Roberto Cyrillo e Valdecir Vieira, é que será adotado um projeto provisório para a retirada dos semáforos que orientam o retorno em nível na rodovia, quase em frente à sede da CPFL, para adequação do tráfego local.

Embora a Emdec tenha informado em 7/12 que desconhece a proposta, o DER informou que as tratativas estão avançadas, a Prefeitura já analisou e solicitou ajustes. “Assim que as adequações forem concluídas o projeto será apresentado para que a Prefeitura opine, em função dos acessos viários municipais do entorno”, esclareceu a Secretaria Estadual de Transportes.

 FIM DOS SEMÁFOROS

 A criação de uma via marginal dentro da faixa de domínio da rodovia com a instalação de uma rotatória que permitirá movimentos em circunferência na própria pista sem necessidade de parar o trânsito é a alternativa provisória proposta pelo DER. Segundo o eng. Valdecir Vieira, é ‘uma proposta para minimizar o caos’.

A Prefeitura precisa validar porque está em trecho urbano. “Mas assim que ela liberar, o projeto pode ser implantado imediatamente, não depende de licitação e pode ser executada em dois meses com equipes e equipamentos próprios”, garante Valdecir. Em junho de 2009 o Ministério Público formalizou o pedido ao DER para um projeto que resolvesse essa questão, eliminado os semáforos irregulares. Até hoje a solução não saiu do papel.

O projeto provisório prevê que as ruas de acesso aos bairros Santa Cândida e Chácaras Primavera seriam feitos por vias de mão única em sistema binário e pleiteia inclusive a abertura do acesso à a Rua Luiz Otávio a partir da agulha já existente em frente à Unimed (hoje bloqueada por tubos). Para viabilizar a marginal (ligando o bairro Santa Cândida até o Taquaral) serão utilizados os trechos em frente a CPFL, Faculdades e Concessionárias que respeitaram a área de recuo. Entre os restaurantes Matuto e Coxilha do Sul há um pequeno trecho ocupado irregularmente que está sendo avaliado. Na sequência, a via já está liberada para acesso ao Taquaral.

 DEFENSAS VÃO IMPEDIR TRAVESSIA PELO CANTEIRO

 O canteiro que separa a rodovia (SPA-135/065) da Rua Luiz Otávio, no Taquaral, tem trechos de travessia bem demarcados pelos próprios motoristas que passam sobre o gramado para fugir dos constantes congestionamentos que se formam próximo ao restaurante Giga Byte. Mas a perigosa travessia parece estar com os dias contados: a pedido dos moradores, o engenheiro do DER Valdecir Vieira garantiu que serão instalados guard rails no local. Mas também sem previsão de instalação.

Ao atravessar o canteiro para fugir do congestionamento saindo pela Rua Luiz Otávio, os veículos colocam em risco os veículos que sobem pela Avenida Heitor Penteado em direção a pista. Muitos não sabem que aquele trecho é de mão dupla e trafegam pela contramão, provocando muitos sustos e acidentes, conta o presidente da Associação de Moradores.

A construção de uma passarela para facilitar a travessia dos pedestres entre os bairros já foi negada porque tecnicamente a Secretaria estadual de Transportes entende que ‘não há fluxo que justifique’. Os moradores, entretanto, pretendem continuar lutando pela instalação.

O Balão da Bela Vista -  no cruzamento das avenidas N.S. de Fátima e Júlio Prestes – é considerado o ‘vilão’ dos congestionamentos  que se prolongam pelo trecho urbano da Rodovia Miguel Noel Nascentes Burnier em direção ao Parque Taquaral. Para os engenheiros do DER, se fosse feito o rebaixamento da Av. N. S. de Fátima no trecho que desce em direção ao J. Flaboyant/Galleria Shopping, o trânsito fluiria melhor e evitaria o gargalo de tráfego que se forma nos períodos da manhã e início da noite. “Até a topografia alí ajuda, seria muito bom se fizessem até mesmo antes de mexer na Burnier”, comenta  João Roberto Cyrillo.

SINALIZAÇÃO PRECÁRIA NA RUA LUIS OTÁVIO

Sinalização de solo apagada, ausência de placas de indicação adequadas, redutores gastos e protocolos antigos sem providências são algumas das reclamações de quem mora no Parque Taquaral, no trecho vizinho à rodovia Miguel Nascentes Burnier.

Esse assunto foi tratado no dia 7 de dezembro por líderes comunitários que se reuniram com diretores da Emdec para pedir, novamente, a revitalização da sinalização e ações para melhoria do fluxo de veículos no bairro.

Eles ouviram de Pedro Fernandes, do Departamento de Projetos de Sinalização, a nova promessa de melhoria de sinalização viária na entrada do bairro e no piso da Rua Luiz Otávio, principalmente no acesso para a Rodovias Miguel Noel Nascentes Burnier junto à Rua Francisco Pereira Coutinho onde constantemente alguns motoristas desrespeitam o sentido obrigatório do trânsito para conseguir entrar no acesso. As alterações só serão executadas depois de estudos técnicos, sem previsão de realização.

“Entendemos que a entrada ali é problemática e já analisamos a possibilidade de permitir o acesso à rodovia dos motoristas que saem pela Rua Francisco Pereira Coutinho. Se for possível e seguro podemos abrir, caso contrário vamos impedir radicalmente o acesso destes motoristas por ali”, reforçou Fernandes.

 SÓ PROTOCOLOS ARQUIVADOS

 O presidente da Associação de Moradores, Marcelo Janozeli, contabiliza protocolos com mais de cinco anos solicitando essas e outras providências dos órgãos públicos, todos com projetos arquivados sob a marca de ‘não executado’.

“Temos acidentes constantes e quando há algum evento nas proximidades, as ruas viram terra de ninguém, com motoristas desorientados saindo pela contramão, passando por cima de canteiro, colocando em risco a vida de moradores”, diz.

Ele conta que o motorista que não conhece a região e trafega pela Rua Luiz Otávio em direção à Lagoa do Taquaral ou à Praça Arautos da Paz fica confuso quando chega próximo ao Parque Taquaral (na altura da Churrascaria Coxilha do Sul).

A falta de placas de sinalização indicando os diferentes acessos que levam ao bairro e aos parques públicos faz com que desavisados se percam sem conseguir encontrar uma saída adequada. O núcleo do bairro é formado por cerca de 200 residências localizadas em quatro vias confinadas entre o Lago do Café e a Rua Luiz Otávio.

 PROJETO ORIGINAL CONTINUA NA GAVETA

 Desde 2010 as associações de moradores do entorno conhecem o projeto do DER que pretende transformar a SPA-135/065 em pista expressa rebaixada, com a instalação de marginais municipais de acesso aos bairros e a construção de dois viadutos de transposição (um na altura da Rua Jasmim, outro próximo a Av.Ester Moretzshon Camargo).

Em 2012 o DER anunciou que a obra poderia ser iniciada ainda naquele ano, mas parou devido ao impasse gerado na área do loteamento aprovado irregularmente pela Prefeitura na década de 50, que ignorou a reserva de faixa não edificante prevista em legislação federal para construções ao lado de rodovias.

Com isso, os lotes legalmente ocupados hoje por comércios (restaurante, lojas de telhas e pedras, entre outros) obstruíram vários trechos que deveriam acomodar a abertura da marginal. Segundo Valdecir Vieira, “o caso está sendo estudado juridicamente pela Procuradoria Geral do Estado, mas o DER não tem verba para desapropriações e nem interesse, uma vez que o loteamento está em área do município”. Enquanto isso não é resolvido, o projeto que poderia melhorar o tráfego na região continua na gaveta.

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